34 REVISTA usam o verbo “fazer” com mais frequência do que o “dizer” — uma tendência invertida, po-rém, nos líderes atuais. Também apelam com mais frequência à ação de “trabalhar”. A análise de personalidade destaca o seu sentido de dever e a sua elevada disciplina em relação à geração anterior. São empresários, investigado-res, artistas...com uma causa social por detrás. São ativistas do pró-comum. Líderes transformadores Estão a transformar setores, opiniões, padrões estabelecidos, etc. Estão a provocar uma mu-dança nas suas comunidades locais e digitais, demonstrando com atos e palavras que a lide-rança pode ser “empática”, “aberta”, “respon-sável” e, acima de tudo, “mobilizadora”, trans-formadora. Os académicos americanos Bruce Avolio e Bernard Bass introduziram o conceito da liderança transformacional em 1991. Este modelo visualiza o líder como aquele que in-clui o trabalho em equipa para identificar uma mudança necessária, cria uma visão para guiar a mudança através da inspiração e executa a mudança em conjunto com os membros com-prometidos de um grupo. Digitais que deixam marca Há evidências de que existe uma correlação entre a forma como falamos e como somos, pensamos e sentimos. Nesta linha, a linguagem é um dos veículos mobilizadores essenciais para os líderes; além disso, com a proliferação das novas tecnologias, a pegada narrativa e dis-cursiva destas figuras no ambiente digital é tão ampla como reveladora. Desde uma perspetiva morfossemântica, indagámos nos discursos e nas intervenções dos diferentes líderes em redes sociais. Se analisarmos o top 50 dos substantivos mais utilizados em cada geração, observamos que os líderes do futuro têm um discurso muito mais centrado em valores comunitários, sociais e ancorado na importância do team-play: palavras como “vida”, “pessoas”, “mundo”, “família”, “ami-gos”, “amor”, “equipa” ou “apoio” aparecem en-tre os 50 conceitos mais recorrentes. Os líderes atuais, por outro lado, ou não apelam a estes conceitos ou, caso façam, é com menos fre-quência. O uso de palavras emocionais é 45% mais abundante no discurso dos mais jovens e 78% das palavras emocionais são positivas. Por outro lado, embora pareça que o mundo inteiro está imerso no debate sobre a trans-formação digital e a inovação tecnológica, as expressões sobre a digitalização só estão pre-sentes no discurso analisado dos future leaders. 11 771 tweets, 1 017 391 palavras, 8931 publi-cações no Instagram, 81 discursos no YouTube, 91 contas no Twitter e 106 contas no Instagram analisados em 12 países e em 120 líderes iden-tificados. Além dos números, Future Leaders é a prova de que os jovens mais influentes são uma geração com uma causa que tem vindo a ser fortalecida. As regras do jogo estão a mudar. Es-tão a questionar os roteiros das administrações mais tradicionais. Estão a provocar o advento acelerado de uma nova liderança. As regras do jogo estão a mudar. Estão a questionar os roteiros das administrações mais tradicionais. Estão a provocar o advento acelerado de uma nova liderança